domingo, 4 de julho de 2010

De-lírios

"De campo, de fardo, de tanto..."
Tem cidade que é intensa e intensidade que disfarça. É um leque que não fecha, contínua asa do tempo que não corre nem vagareja: segue o tráfego nodoso de pessoas incertas... Diferença contida na igualdade solitária.
Pois a neve... arde em coração inconstante e queima, palavra por palavra, aquilo dito sem querer. Daí, um dolorido espasmo da primeira à segunda conjugação - descontra'ação.Longe o eu de tu, o nós de vós, o eu de vós e o tu de nós. Um nó, aí.
Desfazê-lo em tarde de sol com frio. É que dói a coloração pungente: Au!sência, S(au!)dade. Mais, um toque, o abraço, o sorriso do corpo acompanhando a graça do desenho linear. Desfigura, até então, morara lá.
Quando, todavia, ressoa o tímbale no olhar de reencontro, ambos correm em direções contrárias. Corpos com vontade única de recuperar aquele compasso surreal de descoberta. Mas num piscar retardado, faz que recuperaram-no.
Por conseguinte, volta o rítmo dos oculares dicentes, fica o tirocíneo hoje entardecido, entorpecido... Melhor que o verbo, pronome e substantivo é a vida agramatical do homem cujo sustenido faz bemol em união.
De fato. Fatídico ato. Riso do tato. E desconversavam-se os pensares, às vezes. Entretanto, entre atos, fatos tatos, amar é isso e esse além. Dispensar os despensares e pontuar o suposto final num carinho fraterno. Descer do carro, pactuarem-se de-lírios.

Júlia de Mello

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