sábado, 27 de fevereiro de 2010

Anátema

                No branco, a paisagem em cores que buscam... E um corvo sobrevoa o firmamento. Pois não ha montanhas tão altas, nem mares, nem tudo, que impeça o romper! A procura é, assim, o cume da paixão. Todavia, ao unirem-se as mãos, o grito esganiçado da ave se cala num encontro cujo objetivo é o desvanecer num abraço infinito.
               Um sol em vermelho, também, se punha, e renascia durante... Num constante surpreender quase que doloroso de tanto os olhos brilharem. E dois corações sincronizam seu bater quando subitamente se explodem em fogos de artifício no céu crepuscular.
               Lá. No chão - não firme -  uma flor solitária. Seu cálice soldado no caule, enferrujava com a espera: Recôndito amor enterrado em campo de girassóis a buscar luz...
               Eis que o pássaro (re)pousara sobre um galho e de lá avistara a vida sem rima. O radical da existência é o encontro, contudo, a palavra final... Amor.
               Restara, enfim, o corvídeo esquálido e só de amor... Mais o tempo. Além das brancas penas.
               À mirar o brilho edaz. Eclipse.


Júlia de Mello.

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