De repente trombei comigo mesma. Isto é, vi-me contida nele, me aproximei, e, por conseguinte, percebi que o havia transladado. Foi quando, em virtude disto, mergulhei tão profundamente naquela imagem que me perdi durante a imersão uma vez que estava diante de inúmeras perspectivas do meu ser. Sólido penetrante!
“Despreenchida”... Como passear pelo bosque em seu momento de lusco-fusco. Fosco! Inesperadamente um campo de máscaras surgia, crescia, AUMENTAVA, me invadia... Corri. Corri. Corri e nele fiquei, sobretudo, pequena, tão diminuta como se algo tivesse tornado o existir minúsculo o suficiente para quase desaparecer: Estava entre a vida e a morte.
Aquelas fantasias de mim mesma num campo oblíquo mostravam as várias facetas de viver... Que versatilidade! Ora estava, ou quase era, ora não mais. Reciclou-se, pois, o que havia de mais humano: as indefinições melancólicas. Então, parte daquela obscuridade fizera-se prado ainda que houvesse persistência de uma dor tão pequena quanto à covardia diante da figura mergulhada.
Parada na circunstância pensava: Indubitavelmente, para nele se encontrar, havia de ser de extrema sensibilidade. Um movimento brusco ou uma palavra rude e aquilo que era, fragmenta seu ser em cacos – alguém sem caráter já não é. Semelhante a uma flor de outono (sem pétalas, é somente essência posto que flor é o conjunto – precisa do todo para sê-la de fato).
À medida que, numa cautela felina, dele se aproxima, inevitavelmente sucumbe-se numa trincheira. Eis que em terra de gigantes se atira agora e tempo depois sai baleado. Tornei-me maior ao passo que os defeitos também o ficaram (guerra!). No entanto, sobressaiu a feiúra, aí, remodelava-me enantiomorficamente como queria. Dor incômoda...Passei, então, a senti-lo vivo devido às inúmeras sensações. A verdade é que, em suma, eu fiz dele meu alimento: devorei-o, retive, digeri, aproveitei o que podia (de uma forma relativa pra quem assistisse ao processo digestivo). Contudo, fora uma digestão mútua: certamente nutri-o de alguma forma. Dor insistente!Entranhado em mim, incrustado naquilo de mais físico que havia de ser meu ego ou meu eu - lírico, doía... Doía... Dói, dói! Haviam me dado a mão e, de súbito, sem ao menos aterrissar, jogaram-me os fatos:
-Apenas uma abertura no supercílio. Mais cuidado ao atravessar portas de vidro garotinha.
Júlia de Mello
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